Ouros de futebol de 5 e canoagem mantêm Brasil no top 7 dos Paralímpicos
Dois ouros em modalidades bem diferentes —do consagrado futebol de 5, que nunca perdeu um jogo em Jogos Paralímpicos, e da canoagem, categoria VL2 (com flutuador lateral, no estilo havaiano)— mantiveram o Brasil entre os top 7 do quadro de medalhas de Tóquio-2020, a mesma classificação de Londres-2012, a melhor da história do país. Neste sábado (4), penúltimo dia de competições, somados os dois ouros, mais quatro pratas e quatro bronzes, os brasileiros têm 71 medalhas no total, com 22, 19 e 30, respectivamente.
As chances de subir mais um degrau na tábua de medalhas (definida pelos ouros) são bem remotas, mas estão na maratona de amanhã (5), que encerra as competições dos Jogos Paralímpicos de Tóquio-2020. O Brasil tem quatro representantes: Yeltsin Jaques e Edneusa de Jesus, da classe T12 (deficiências visuais); Alex Pires, da T46 (alto grau de deficiência em um ou ambos os braços), e Vanessa de Souza, da T54 (cadeirantes, por deficiência nos membros inferiores).
O Brasil também está a uma medalha do recorde geral, alcançado no Rio-2016, onde foram 72 com 14 ouros, 29 pratas e 29 bronzes. Quem tem chance de melhorar esta marca ainda na madrugada deste sábado (4) para domingo é Victor Gonçalves Tavares, da classe SH6 (atletas com baixa estatura) do estreante badminton. O brasileiro enfrenta o britânico Krysten Coombs pelo bronze, na partida marcada para começar às 23h30 de Brasília.
Chutes e remadas
O Brasil chegou ao penta no futebol de 5 com 1 a 0 sobre a Argentina, gol de Nonato, e se mantém invicto desde a primeira participação, em Atenas-2004. O bronze ficou com o Marrocos, que goleou a China por 4 a 0.
Na classe VL2 da canoagem (atletas que usam tronco e braços na remada) Fernando Rufino foi ouro na final dos 200m da categoria Va'a (canoa com flutuador lateral, estilo havaiano), com 53s077, à frente do norte-americano Steven Haxton (55s093) e do português Norberto Mourão (55s365). Na classe VL3 (atletas que usam braços, tronco e pernas na remada), na mesma canoa Va'a, Giovane Vieira foi prata com 52s148, atrás do australiano Curtis McGrath, com 50s537. O bronze foi para o britânico Stuart Wood, com 52s760.
Inesperado fez diferença
O ouro do arremesso do peso tirado das mãos de Thiago Paulino, da classe F57 (cadeirante), por protesto dos chineses, e que foi parar com Guoshann Wu, pode ter feito a diferença no salto do Brasil para melhorar sua história na classificação geral entre países. A justificativa, que seguiu nebulosa para os brasileiros, teria sido a quebra de regra por Thiago ter se levantado no arremesso de 15,10m. No pódio para receber o bronze, ele fez que não com o dedo, indicando que ele, na verdade, era o número 1.
O ouro dos 200m da classe T11 (deficiências visuais) escapou de Thalita Simplício por inacreditáveis quatro centésimos de segundo - mesmo no photoshop não se vê claramente a diferença, porque o braço da brasileira está à frente de seu peito. O registro foi de 24s94 para ela e a chinesa Cuiqing Liu, mas com .936 para a adversária, contra .940 que definiram a prata. O bronze foi de outra brasileira, Jerusa Geber, com 25s19.
Curiosamente as duas subiram ao pódio da prova, quando ambas também sofreram com a desclassificação na prova dos 100m por causa de cordinhas quebradas (que ligam atletas aos guias): Thalita nos primeiros metros e Jerusa a um passo da linha de chegada.
Ainda no atletismo, o marroquino Ayoub Sadni conseguiu um recorde mundial espetacular, na classe T47 (atletas com deficiência nos membros superiores) dos 400m, com 47s38. O Brasil foi prata e bronze, com Thomaz Moraes (47s87) e Petrúcio Ferreira (47s87), e ainda teve um terceiro atleta na prova, Lucas Lima, que chegou em sétimo lugar (50s11)
Ricardo Gomes foi bronze na classe T37 (andantes com paralisia cerebral) dos 200m - melhor marca pessoal em sua primeira participação nos Jogos. Fez 22s62, atrás do russo Andrei Vdovin, com 22s24 e do campeão norte-americano Nick Mayhugh, com 21s91.
Prata e bronze femininos
Débora Menezes, da classe K44 (atletas com deficiência ou amputação lateral de membros superiores) do estreante parataekwondô foi prata até 58kg. A campeã Guljonoy Naimova, do Uzbequistão, fechou 8 a 4.
A seleção feminina de vôlei sentado repetiu o bronze do Rio-2016, ao vencer mais uma vez o Canadá em Tóquio-2020, desta vez com 3 sets a 1 (25/11, 24/26, 26/24 e 25/14). A seleção masculina perdeu o bronze para a Bósnia Herzegovina, que fechou 3 sets a 1 (23/25, 25/19, 25/18 e 25/11).
Guerra fria retomada
Com a China chegando às 200 medalhas no total (93 de ouro 57 de prata e 50 de bronze) e a Grã-Bretanha (berço do movimento pralímpico) em segundo no quadro geral com 122 (41, 38 e 43, respectivamente), a disputa acirrada segue pelo terceiro lugar, entre o Comitê Paralimpico Russo e os Estados Unidos.
No total, os russos têm 117, contra 101 dos norte-americanos, mas como a definição é pelos ouros, a guerra está montada para as últimas competições. São 36 douradas dos russos (com mais 32 pratas e 49 bronzes), contra 35 dos norte-americanos.
Na sequência vêm Holanda e Ucrânia, adversárias diretas do Brasil. Os holandeses estão "precariamente" à frente com 58 no total, com 25 ouros, mais 17 pratas e 16 bronzes), e os ucranianos somando 98, mas com um ouro a menos, mais 47 pratas e 27 bronzes.
O Brasil está em sétimo, com 71 no total - 22 ouros, 19 pratas e 30 ouros — e pode bater a melhor marca geral alcançada pelo país, no Rio-2016, quando foram 72, com 14, 29 e 29, respectivamente. O país tem chance de chegar à 72a. medalha às 23h30 de Brasília, pela disputa do bronze na classe SH6 (atletas com baixa estatura) do badminton: Victor Gonçalves Tavares enfrenta o britânico Krystenn Coombs.
Logo atrás do Brasil, e que pode ameaçar o sétimo lugar do Brasil no geral de medalhas, vem a Austrália, com 78 medalhas, mas com 20 ouros (28 pratas e 30 bronzes).
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