Dorival nega tranquilidade no Brasileirão e diz estar em débito com Luciano

O técnico Dorival Júnior, do São Paulo, exaltou a "pequena recuperação" de sua equipe no Campeonato Brasileiro após duas vitórias seguidas — incluindo o resultado de hoje sobre o Corinthians —, mas negou que exista qualquer tipo de tranquilidade em relação à tabela. Ele também reconheceu estar "em débito" com o atacante Luciano, que virou reserva nas últimas semanas.

Tranquilidade com tabela? "Não temos essa tranquilidade. Queremos uma posição melhor do que a que estamos no momento. Estes seis pontos foram importantes, mas já ficaram para trás e é apenas uma pequena recuperação diante de tudo que deixamos nos outros jogos. O campeonato se mostra muito difícil e todo o cuidado é pouco, não podemos bobear em sentido nenhum. Vamos procurar estar sempre com a melhor formação possível."

Período de Data Fifa. "Temos algumas possibilidade para treinarmos em dez dias [de 8 a 17 de outubro]. O duro é que perderemos jogadores como o James, que chegou, pouco trabalhou e, de repente, quando poderíamos acelerar o processo, ele vai para a seleção. É natural, isso é mérito, mas seria muito importante que ele estivesse com a gente. Quando ele retornar, de repente não tem a carga de trabalho que estamos utilizando na equipe. Aí, leva um novo processo para acelerar o condicionamento. Estamos trabalhando nisso com o James."

Luciano. "Um jogador que foi importante ao longo de todo esse processo foi o Luciano. De repente, ele ficou de fora dessas duas partidas, mas mesmo assim foi muito participativo em vestiário, entrou com espírito de luta... ontem teve um problema na perna, então resolvemos segurá-lo. É um jogador que foi fundamental até agora e vinha sendo titular. [...] Reconheço estar em débito com o Luciano por ele não estar atuando neste instante. Ele não fez partidas em que tenha merecido sair. Entendo isso, mas precisava tomar uma decisão e fazer uma opção. Desde o jogo do Maracanã, ele ficou fora."

James, Lucas, Luciano e Calleri juntos: é possível? "Impossível é trabalhar com jogadores que não tenham qualidade jogando juntos, porque aí você só vai correr. Com jogadores de nível, você às vezes você perde em briga, mas ganha de outras formas. É uma maneira de administrar jogos: com posse de bola, porque você tem qualidade. Todos precisam também correr para trás. Quando você tem tudo isso de maneira organizada, você faz com que todos possam estar juntos. O que acontece é que fizemos jogos onde alguns jogadores evoluíram e eu não tenho o direito de cortar tudo isso. Há instantes em que você precisa priorizar o que está acontecendo de melhor, até porque os outros estão buscando espaço e são muito importantes."

Dorival Júnior, técnico do São Paulo, durante jogo contra Corinthians
Dorival Júnior, técnico do São Paulo, durante jogo contra Corinthians Imagem: ANDERSON LIRA/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Alisson. "Foi uma mudança de posição procurando adequar aquilo que ele apresenta de melhor, que é ser um jogador combativo e ao mesmo tempo técnico. Ele tem uma ótima saída de bola. Temos uma passagem rápida pelos pés do Alisson, e isso tem feito com que nós tenhamos ganho muito ofensivamente e defensivamente no combate. Ele pressiona demais e está sempre marcando o homem da frente. São poucos jogadores que têm características como essa."

Calleri vai operar? "Ainda não, pelo menos o combinado é que vai passar um momento da competição antes de ele fazer a operação. A intenção é ter o Calleri em condições já em janeiro."

Gol com "movimento sujo". "Voltamos a ter aproximação, trocas de passe e, acima de tudo, infiltração sem bola. Quando isso acontece, você acaba criando. É prazeroso você ver porque é fruto de trabalho e conscientização de cada um sobre os movimentos. O jogador não pode só jogar por trás, ele tem que atacar espaço para abrir campo para quem vem de trás. Procuramos sempre provocando os jogadores para que façam o que a gente chama de 'movimento sujo'. Às vezes, você não recebe a bola, mas em compensação, você carrega alguém e libera um terceiro homem. O nosso segundo gol foi uma jogada desse tipo: o Nestor puxa no primeiro pau. Se ele não faz aquele movimento e fica atrás, fatalmente um zagueiro marcaria ele e o Calleri. Esse movimento desequilibrou porque, quando ele puxa, a bola vem por trás. É um tipo de treinamento e de memorização que a gente vem provocando há algum tempo nos jogadores."

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Planejamento para 2024. "Não começamos o planejamento, não tínhamos como fazê-lo. Jogamos uma decisão agora e estávamos em situação complicada. Mas vamos fazer, precisamos acelerar esse processo para que a diretoria esteja atenta aos movimentos de mercado e nos abastecendo com informações — e nós a eles. Queremos fazer isso antes do final deste ano."

Contratação de lateral-direito. "Vamos começar a definir a partir do momento em que sentarmos, dando naturalmente um tempo para que a gente melhore nossa posição no Brasileirão. Depois, sim, juntamente com a diretoria, vamos chegar a algumas conclusões. Preciso dar um tempo para o Rafinha repensar toda a situação e, aí sim, com mais dados, a gente define tudo."

Vitórias de virada. "O poder de reação é relativo, precisamos ter uma atenção para não sair em desvantagem no placar, porque nem sempre teremos forças para tirar a diferença. É um ótimo sinal, mas é preocupante por outro lado. Temos que ter um equilíbrio, e não apenas essa força para recuperar ao longo de um jogo. O equilíbrio é mais importante."

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