Veja 8 alimentos que mais causam alergia alimentar e como substituí-los
Resumo da notícia
- A alergia alimentar ocorre quando o sistema imunológico reage logo após a ingestão de determinado alimento
- Os sintomas variam e podem ser mais graves, quando há dificuldade de respirar, o que aumenta o risco de morte
- Os alimentos que mais causam alergia são: leite, ovos, soja, frutos do mar, peixes, frutas secas, amendoim e cereais
- Prevenir as alergias alimentares é ainda um desafio e o ideal é excluir o alimento da dieta
Imagine comer um alimento e sentir coceira, rouquidão, tosse ou até falta de ar? É o que acontece com quem sofre de alergia alimentar, ou seja, quando o sistema imunológico reage exageradamente logo após a ingestão de determinado alimento ao identificá-lo como ameaça. Muitas vezes, uma pequena quantidade já desencadeia problemas sérios.
De acordo com Jackeline Motta, coordenadora do Departamento Científico de Alergia Alimentar da Asbai (Associação Brasileira de Alergia e Imunologia), as reações do organismo são imediatas ou tardias. "Os sintomas variam de leves a potencialmente fatais, no caso da anafilaxia (comprometimento das vias aéreas, circulação e choque). Surgem coceiras, urticária, congestão nasal, rouquidão, tosse, vômitos, dor abdominal, refluxo e diarreia. Além de arritmias, síncopes e dificuldade para respirar", destaca.
Dados da Asbai estimam que as alergias alimentares atinjam cerca de 6% das crianças menores de três anos e 3,5% dos adultos. Durval Ribas Filho, nutrólogo e presidente da Abran (Associação Brasileira de Nutrologia), afirma que os sintomas são mais comuns em bebês e crianças, mas surgem em qualquer idade. Além disso, há alguns medicamentos que controlam os sintomas, mas o ideal é excluir aquele alimento da dieta logo após o diagnóstico de alergia.
Qualquer alimento pode ser alergênico, ou seja, capaz de causar reações alérgicas em algumas pessoas. No entanto, segundo informações da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde), órgão vinculado à OMS (Organização Mundial da Saúde), há oito alimentos que são responsáveis por 90% de todas as reações alérgicas alimentares no mundo.
A seguir, veja mais detalhes sobre esses alimentos e como realizar substituições sem comprometer a nutrição.
1. Leite de vaca
A bebida é considerada a principal responsável por alergias alimentares na infância. Geralmente, há uma reação à proteína do leite, principalmente a caseína, logo no primeiro ano. Mas alguns adultos também apresentam o problema após a ingestão de leite. É comum que surjam sintomas como vômitos, refluxos, diarreias e cólicas.
"Quando essa alergia ocorre na infância, recomenda-se o acompanhamento com pediatra e nutricionista para a indicação de fórmula específica em substituição ao leite animal. Isso evita repercussões no crescimento e desenvolvimento da criança devido à má nutrição", destaca Izabelle de Araujo, chefe da unidade de nutrição clínica do HU-Univasf (Hospital Universitário da Universidade Federal do Vale do São Francisco), da Rede Ebserh.
Vale destacar que alergia alimentar ao leite não é intolerância à lactose. Neste último, não há uma reação do sistema imunológico, mas uma incapacidade de digerir o açúcar encontrado no leite de vaca (lactose).
Os adultos podem substituir o leite de vaca por bebidas vegetais, que também são nutritivas. É o caso do leite de amêndoas, que contém minerais e vitaminas. Também é possível optar pelo leite de aveia, que tem antioxidantes, como a vitamina E.
2. Peixes
Para a maioria das pessoas, consumir peixes é um hábito saudável. Porém, a alergia ao alimento está entre as mais comuns no mundo: atinge cerca de 2% dos adultos, de acordo com estudos. É considerada uma das principais causas de anafilaxia e ocorre com maior frequência em países onde há alto consumo do alimento.
Mas o peixe pode ser substituído por frango, um alimento conhecido por sua praticidade e baixo custo e que tem proteínas e vitaminas do complexo B, indispensáveis para o metabolismo celular e fundamentais em processos energéticos. "A carne de frango contribui para o funcionamento do estômago, fígado, intestino e pele", explica Paulo Melo, nutricionista da AmorSaúde, rede de clínicas parceira do Cartão de TODOS.
3. Frutas secas
As frutas secas também estão na lista dos alimentos que provocam reações alérgicas. Os sintomas variam de um prurido oral até casos graves.
Nesses casos, o ideal é excluir esses alimentos da dieta e optar por frutas in natura. As frutas frescas são fontes de nutrientes importantes como vitaminas, minerais e fibras, garantindo o bom funcionamento do organismo.
4. Frutos do mar
Apesar de apreciados pelo sabor, os frutos do mar também ocasionam manifestações alérgicas graves, que, se não tratadas rapidamente, levam à morte. Entre esses alimentos, podemos citar camarão, caranguejo e lagosta, moluscos e ostras.
"Os crustáceos, por exemplo, possuem ômega 3, o que reduz inflamações e protege contra doenças cardiovasculares. Quando seu consumo não é possível, vale a pena investir em sementes de linhaça, chia e nozes, que atuam da mesma forma no organismo, controlam a glicemia e melhoram o funcionamento cerebral", indica Melo.
5. Cereais
Alimentos como cevada, centeio, aveia e trigo também causam alergias alimentares. Os sintomas surgem alguns minutos ou horas após o contato ou a ingestão do alimento, afetando a pele, o trato gastrointestinal e a respiração da pessoa.
"As pessoas alérgicas a cereais devem optar por usar amaranto, milho, quinoa e tapioca. São alimentos importantes por conter fibras, o que controla o colesterol e melhora o funcionamento do intestino", afirma Ribas Filho.
6. Amendoim
A alergia ao amendoim também é bastante comum e, na maioria das vezes, causa reações severas logo após o consumo do alimento. Às vezes, o contato direto com a pele ou inalar substâncias derivadas do amendoim já acarretam sintomas alérgicos.
O ideal é substituir o amendoim por castanhas, amêndoas ou nozes. Esses alimentos possuem zinco, selênio e gorduras boas, que fortalecem a imunidade, ajudam no funcionamento da tireoide e regulam o colesterol. Consumir cerca de cinco oleaginosas por dia já é o suficiente para obter os benefícios.
7. Ovo
O ovo é um alimento bastante consumido em todo o mundo por ser versátil e nutritivo. Porém, provoca alergias alimentares que aparecem logo nos primeiros meses de vida e também na fase adulta, quando o sistema imune identifica as proteínas da clara como um corpo estranho, desencadeando uma reação alérgica.
Logo após o consumo, é comum que surjam reações cutâneas como erupções ou inchaços, além de dificuldade para respirar, espirros, olhos lacrimejantes, náuseas e vômitos. Para evitar que os sintomas se agravem, ocasionando repercussões respiratórias graves, é necessário excluir a ingestão de ovo e produtos à base do alimento.
"Frango e peixe são bons substitutos, pois são alimentos que, assim como os ovos, têm alta concentração de proteína. O nutriente ajuda a construir novos tecidos no organismo e contribui com o aumento de músculos. Na adolescência, a proteína é fundamental para o crescimento; já no envelhecimento ajuda a manter a massa muscular", completa Melo.
8. Soja
Apesar de não ser frequentemente consumida em grãos, a soja está presente na composição de vários produtos alimentares e pode causar alergia. Geralmente, as reações alérgicas aparecem em bebês e crianças menores de três anos. Raramente, uma alergia à soja acarreta anafilaxia, mas aparecem sintomas leves como urticária ou inchaços.
Vale a pena substituir a soja por quinoa, por exemplo, que contém ferro, magnésio, cálcio, proteína e fibras. Além disso, grão-de-bico, lentilha e feijão possuem proteínas e mantêm o organismo funcionando adequadamente.
As alergias alimentares podem ser evitadas?
De acordo com os especialistas consultados por VivaBem, prevenir as alergias alimentares ainda é um desafio. Isso porque envolve fatores genéticos, ambientais e mais estudos sobre o assunto. "Até o momento, as medidas preventivas mais promissoras são: cuidado com a microbiota, parto vaginal, aleitamento materno até o sexto mês de vida e a oferta de alimentos potencialmente alergênicos logo na introdução alimentar", diz Motta.
Uma forma de evitar as reações alérgicas graves é se atentar para os sintomas logo após o consumo de algum alimento e buscar ajuda de um alergista. "Após o diagnóstico, independentemente do tipo de alergia alimentar, a leitura dos rótulos dos alimentos é importante para evitar o consumo desses componentes alérgicos", finaliza Araujo.
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